A Rede Mulher Empreendedora, a maior rede de apoio a empreendedoras do Brasil, e o Instituto Rede Mulher Empreendedora (IRME), organização da sociedade civil de apoio a projetos de Geração de Renda para Mulheres com foco em empreendedorismo feminino, anunciaram três novos programas de capacitação que serão promovidos no mês de março: “Ela faz e acontece”, “Venda Vencedora” e “Decola Garota”. Os projetos têm como parceiros Instituto Itaú e Amazon.com.br, respectivamente.
Juntos, esses programas de capacitação preveem o impacto direto na vida e nos negócios de mais de 30 mil mulheres empreendedoras, que participarão de cursos e mentorias online e presencial. Além dos conteúdos educativos, o montante de R$ 365 mil será destinado ao fomento e incentivo desses pequenos negócios, via aceleração ou capital semente.
“Como fundadora e presidente de uma rede de apoio ao empreendedorismo feminino, que conecta milhões de mulheres em todo o Brasil, um dos meus principais objetivos é criar mecanismos que gerem renda e oportunidade profissional para as mulheres. E isso tem se dado através, principalmente, da educação e capacitação dessas empreendedoras”, explica a fundadora e CEO da Rede Mulher Empreendedora, Ana Fontes.
Além dos programas de capacitação mencionados, a RME e o Instituto RME promovem encontros (presenciais e online) fortalecendo as conexões e ampliando a discussão sobre o empreendedorismo feminino. Uma dessas agendas, já tradicional no calendário da Rede, é o “Café com Empreendedoras”, que será realizado no dia 24 de março, às 9 horas.
Como e por que a mulher brasileira empreende?
O Brasil é o sétimo país com o maior número de empreendedoras, segundo o GEM (Global Entrepreneurship Monitor). E de acordo com estudo anual realizado pelo Instituto Rede Mulher Empreendedora (IRME), com apoio da Rede Mulher Empreendedora e Meta, e execução do Instituto Locomotiva, 73% das empreendedoras são mães. Já em relação à classe social, 50% delas pertencem à Classe C, 34% as Classes AB e 17% DE.
A maioria dos negócios gerenciados por mulheres, segundo a mesma pesquisa IRME, foi aberto nos últimos cinco anos e se concentram na prestação de serviço e/ou em venda de produtos. Cerca de 38% dos negócios têm até dois anos de existência, ou seja, foram iniciados durante a pandemia da Covid-19.
Quando a pesquisa aborda a motivação para abrir um novo negócio, 46% das mulheres o fizeram por necessidade. Nesse recorte, 52% das empreendedoras são negras e 56% possuem ensino fundamental.
O estudo ainda mostra que, no país, 60% das empreendedoras são negras, 37% brancas, 2% descendem de asiáticos e apenas 1% se considera indígena. Em relação à escolaridade, 28% das empreendedoras possuem ao menos ensino superior e 24% ensino médio completo.
Para 41% das empreendedoras, a receita de suas empresas ainda não é suficiente para pagar as despesas do negócio. Já 35% dizem obter receitas suficientes para pagar despesas, mas apenas 11% têm a possibilidade de também poupar.
Entre as que conseguem guardar dinheiro – 36% delas reinvestem no próprio negócio, 20% colocam na poupança, 14% utilizam o valor em casa e 13% investem em educação.
“As mulheres alocam a maior parte de sua renda na educação dos filhos, no bem-estar da família e no auxílio à comunidade onde vivem. Apoiar essas mulheres e contribuir para o desenvolvimento local é essencial em nossos projetos”, afirma a Gerente Executiva do Instituto RME, Débora Monteiro.
Os dados integram a 7ª edição da pesquisa, elaborada anualmente pelo IRME para abordar temas relacionados ao universo do empreendedorismo feminino, trazendo diferentes perspectivas sobre o perfil dessas mulheres, sua visão de mundo e a relação com seus empreendimentos, além dos desafios que enfrentam no dia a dia.
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