O UOL anunciou uma oferta subsequente de ações (follow-on) da PagSeguro na bolsa de Nova York. A nova oferta é a terceira em menos de dois anos e pode somar US$ 782 milhões. Os coordenadores globais da oferta, que deve ser concluída ainda nesta quarta-feira, dia 16, são Morgan Stanley e Goldman Sachs.
De acordo com o jornal Valor Econômico, a nova oferta deve envolver 16,75 milhões de ações classe A, no valor de US$ 680 milhões, com lote suplementar de 2,51 milhões, somando US$ 102 milhões. A operação é secundária, ou seja, o dinheiro vai para os acionistas e não para o caixa.
Neste ano, os papéis da credenciadoras de cartões PagSeguro tiveram uma forte valorização. De janeiro até a véspera do anúncio da oferta as ações da empresa haviam subido 147%. Entretanto, ontem, dia 15, os papéis caíram 12,3%, a US$ 40,60.
É comum que desvalorizações ocorram após anúncios de oferta subsequente, devido à pressão na cotação por um grande lote à venda. No caso da PagSeguro, o volume da oferta corresponde à média de 12 dias de negociação em bolsa.
Após a oferta, o total de papéis em circulação no mercado (free-float) será de 54,7%. O UOL ainda terá 89,2% do poder de voto, mas se for vendido o lote suplementar, o percentual cai para 88,9% – isso acontece pois o acionista controlador detém papéis classe B tem 10 vezes o poder de voto da ação classe A e quando o mesmo vende esses papéis, eles são automaticamente convertidos de classe B em classe A.
IPO – A PagSeguro abriu seu capital na bolsa de Nova York em janeiro do ano passado e levantou US$ 1,17 bilhão na oferta secundária base e US$ 310 milhões com lote suplementar. A empresa fez um follow-on em junho do mesmo ano, que foi criticado por analistas pela proximidade com a IPO (oferta pública inicial, na sigla em inglês) e pela falta de clareza na comunicação.
Nesta nova oferta, há um período de lock-up de 180 dias, no qual ações não podem ser vendidas. Os principais acionistas da PagSeguro, além do UOL, são Capital World Investors, com 30,1% das ações classe A; Artisan Partners, com 6,4%, Melvin Capital, com 5,8%; e Janus Capital, com 5,0%.
Na terça-feira, dia 15, a PagSeguro divulgou números preliminares do balanço, que vieram em linha com o esperado pelo mercado. Segundo a empresa, o volume de pagamentos deve ficar em cerca de R$ 29,4 bilhões no terceiro trimestre, alta anual de 44,8%. Já o lucro líquido deve ficar entre R$ 330 milhões e R$ 340 milhões, representando um avanço entre 42,5% e 46,8%.
Somadas, as receitas líquidas resultam em R$ 1,38 bilhão e demonstram alta de 39,9%. Em relação aos custos com transações, eles estão em R$ 465 milhões, com aumento de 42,4%. De acordo com a PagSeguro, os gastos com propaganda e marketing devem aumentar, porém a empresa não os divulgou.
Fonte: Valor Econômico. Foto: Divulgação.