STF suspende julgamento de bloqueio do WhatsApp por decisão judicial

Há dois votos contra suspensão do serviço do aplicativo

STF suspende julgamento de bloqueio do WhatsApp por decisão judicial STF suspende julgamento de bloqueio do WhatsApp por decisão judicial

O ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), Alexandre de Moraes, pediu vistas  das duas ações que contestam a validade de decisões judiciais que determinam o bloqueio do aplicativo WhatsApp em todo o país. Com o pedido, o julgamento foi suspenso. Não há data prevista para a retomada. A decisão da Corte deverá esclarecer uma briga antiga, entre o sistema judiciário brasileiro e o Facebook, envolvendo o Marco Civil da Internet, colocado em prática em 2014.

Será decidido pelo STF se Justiça pode impedir o funcionamento temporário do aplicativo devido à recusa de entrega de informações de usuários investigados por diversos crimes. Magistrados pedem ao Whatsapp, com frequência, que entregue relatórios de conversas de usuários, que, segundo o Ministério Público e a Polícia Civil, servem de prova ou auxiliam investigações. O Whatsapp nega, informando que a conversa é criptografada. Os magistrados então ordenam que o sistema de telefonia brasileiro bloqueio o aplicativo, o que afeta milhões de pessoas. Cabe ressaltar que a ordem dos magistrados está amparada no Marco Civil da Internet. Em um dos artigos, a norma obriga o provador responsável a disponibilizar os dados após a decisão judicial.

No STF, há dois votos contra a suspensão do serviço do aplicativo. Pelo entendimento do ministro Edson Fachin e da ministra Rosa Weber, relatores das duas ações, o WhatsApp não pode ser bloqueado por decisões judiciais. Faltam os votos de nove ministros. Alexandre de Moraes pediu vistas dos dois casos. 

No entendimento de Fachin, a criptografia é uma forma de preservar a garantia constitucional do direito à privacidade. Pelo entendimento, se não há possibilidade de interceptação da criptografia, o aplicativo não pode suspenso.

As ações que serão julgadas foram protocoladas em 2016 pelo partidos Cidadania e PL. As legendas sustentam que o aplicativo funciona como um meio de comunicação e não pode ser interrompido para todos os usuários. 

Fonte: Agência Brasil. Foto: Divulgação.