Campeão pela sexta vez da Champions League, o Liverpool contou com o auxílio da tecnologia para vencer a principal competição europeia em cima do também inglês Tottenham por 2 a 0, no último sábado, dia 1º, em Madrid, na Espanha. Na temporada passada, o Liverpool ficou com o vice campeonato.
O time da cidade dos Beatles revolucionou o mundo do futebol utilizando tecnologia e big data, para compensar o baixo recurso financeiro em relação aos gigantes do futebol mundial, como Barcelona, Real Madrid, Manchester City e Manchester United.
Além de um dos melhores técnicos do mundo e uma equipe de peso, a equipe conta com o reforço de Ian Graham, que é físico teórico formado pela Universidade de Cambridge. Com o conhecimento de Graham, o Liverpool conseguiu identificar novos talentos e oportunidades dentro e fora de campo. A aquisição do volante Naby Keïta é um exemplo dessa união entre futebol e tecnologia. O jogador disputava o campeonato austríaco e foi descoberto pelo time inglês após se destacar em diversos cruzamentos da base de Graham.
Segundo o jornal New York Times, o técnico Jürgen Klopp ao ser contratado pelo time inglês conheceu Graham, o então diretor de pesquisa do clube. O físico apresentou uma série de dados do ex time de Klopp, o Borussia Dortmund, e mostrou ao técnico um olhar diferente sobre as estatísticas.
Foi por meio dos números coletados sobre o time alemão e o treinador que o Liverpool chegou a conclusão que o estilo de Klopp era o ideal para o time. E o diretor tornou-se um tipo de braço direito do treinador.
O Graham, que se especializou em análise de dados de jogadores, conta com uma base de informações de 100 mil atletas do mundo todo.
Dados– Utilizando a tecnologia, o Liverpool incorpora a análise das informações coletadas por Graham em cada decisão, seja de negócios ou de táticas. Dados como posse de bola, número de passes errados e certos, número de tentativas de ataque e velocidade de reação para determinadas situações fazem toda a diferença para a gestão técnica do time.
Graham também mostrou à Klopp que o lado direito do ataque da equipe fazia mais gols com cruzamento na área do que o esquerdo. Com a informação, o treinador mudou a forma como via seu elenco.
No trabalho em conjunto de Graham e Klopp, é o técnico de futebol quem decide quais interações e insights vai passar ao grupo. “Nós sabemos que alguém passou horas estudando aquele conteúdo, mas o treinador não enche a gente com estatísticas e análises. Ele só nos diz o que fazer”, comenta o meio-campista Alex Oxlade-Chamberlain.
Ainda pode ser citada como exemplo bem sucedido do trabalho, a contratação de Mohamed Salah, em 2017. O atacante egípcio vinha de uma ótima temporada no time da Roma, entretanto já havia tido uma experiência não tão boa em um clube inglês. “Houve essa ideia de que o jogador foi mal na Inglaterra. Meus números mostravam o contrário”, relembra Graham.
O físico também cruzou as habilidades de Salah com a de outros jogadores do elenco do time, como o brasileiro Roberto Firmino. Em sua primeira temporada nos Reds (2017/2018), o atacante foi artilheiro da Premier League (campeonato inglês), com 32 gols, superando a marca de Alan Shearer, do Blackburn, em 94/95. Salah foi eleito o terceiro melhor jogador do mundo no The Best da Fifa, em 2018.
Nesta última temporada (2018/2019), Salah foi novamente artilheiro do campeonato inglês, com 22 gols, ao lado de Mané (também jogador do Liverpool) e o Pierre-Emerick Aubameyang (do Arsenal). E o Liverpool, além de conquistar a Champions League, ficou com o vice-campeonato na Premier League.
Fonte: Época Negócios. Foto: Divulgação/ Liverpool.