O BV, ex-Banco Votorantim, anunciou a compra do Just, braço do portal de finanças pessoais GuiaBolso. Entretanto, o valor da transação não foi revelado. O BV é o quinto maior banco privado brasileiro em ativos.
A compra foi realizada por meio da BVx, unidade de negócios de inovação do BV, usando recursos de um fundo criado pelo banco para investimento em startups e negócios ligados à inovação. O movimento marca a segunda operação importante do BV com fintechs no período de um mês. Em novembro, o banco liderou junto com o General Atlantic um aporte de R$ 400 milhões no banco digital Neon.
Assim como ocorria com o Neon antes desse investimento, o BV também já era parceiro operacional do GuiaBolso no Just. De acordo com o presidente do GuiaBolso, Thiago Alvarez, nesse período os parceiros perceberam que o nível de precisão na análise de risco dos clientes era até 50% maior quando se utilizou a combinação das ferramentas da plataforma com a análise de dados feita pelo BV.
O acordo prevê que, operacionalmente, este desenho continuará e o Guiabolso seguirá prestando serviço de análise de score e perfil financeiro dos consumidores que acessarem o Just e autorizarem a conexão de conta e análise.
Para o diretor de Estratégia Digital e Inovação do BV, Guilherme Horn, o negócio mostra uma nova fase no chamado crédito online, que se popularizou no país nos últimos anos com a expansão dos bancos digitais. “As fintechs começaram no Brasil oferecendo crédito com base em dados alternativos, mas esse modelo teve resultados diferentes dos que aconteceram em outros mercados, como nos Estados Unidos”.
A compra, também, mostra o desafio de se dar escala a negócios de empréstimos à medida que a expansão das operações conduz à necessidade de captar recursos no mercado a preços competitivos o bastante para manter a oferta de crédito a preços mais baixos do que os cobrados pelos grandes bancos.
Just– Criado em 2016, o Just oferece crédito pessoal sem garantia usando entre as ferramenta de análise o cruzamento de informações de contas bancárias fornecidas pelos tomadores. A plataforma originou cerca de R$ 500 milhões em empréstimos em 65 mil transações.
Fonte: Reuters. Foto: Divulgação.
