As startups realmente possuem diversidade?

O cenário do ecossistema brasileiro de tecnologia e inovação ainda é escasso

As startups realmente possuem diversidade? As startups realmente possuem diversidade?

Cada vez mais startups e empresas de base tecnológica têm defendido a bandeira da diversidade organizacional e da inclusão social. Porém, a realidade mostra que, na prática, os dados são bem diferentes. 

A maioria das empresas participantes do Mapeamento de Comunidade 2021 (96,8%) dizem que apoiam a diversidade. Os dados do estudo realizado pela Associação Brasileira de Startups (Abstartups), mostram que 81,2% das startups entendem que esse apoio é muito importante ou importante. Já outras 15,5% consideram importante, mas não essencial. Enquanto, 3,3% pouco importante ou nem um pouco importante.

Porém, quando perguntadas se possuem processo seletivo focado no tema, 60,7% revelaram que não. O percentual de startups que seu quadro de colaboradores possui 50% ou mais de mulheres é de somente 36,6%. E cerca de 31% declaram que não contam com nenhum funcionário preto ou pardo.

O cenário se mostra ainda mais escasso de diversidade quando se trata de idosos, pessoas com deficiência (PCD) e transsexuais. Mais de 62% das startups não empregam colaboradores com 50 anos ou mais e 90,3% não contam com pessoas PCDs. Enquanto, 92% não dão oportunidade para transexuais.

Fundadores –  A pesquisa também analisou o perfil dos fundadores de empresas brasileiras de base tecnológica. E, este cenário mostra-se bem mais homogêneo.

O percentual de fundadores das empresas participantes do mapeamento declaram-se homens é de (73,8%). Quase 70% consideram-se brancos, 92,1% afirmam ser heterossexuais. Mais de 57% têm idade entre 31 e 40 anos.

Como mudar o cenário?

Segundo a coordenadora de informação da Abstartups, Ana Flávio Carrilo, é preciso que aconteça mudança de mentalidade social para que a diversidade ganha mais espaço no mercado de trabalho. A coordenadora ressalta que é necessário buscar pela diversidade, a equidade, a valorização e a equiparação da mesma. 

“Nós precisamos reconhecer privilégios e enxergar a desigualdade de oportunidades que existe estruturalmente no Brasil. Muito se fala no discurso de igualdade, mas igualdade parte da ideia de que devemos tratar todos iguais, porém não somos iguais, então a palavra acaba com o sentido de pluralidade e de diversidade. A igualdade persiste em uma padronização, e não é assim que fazemos acontecer”, escreveu no blog da associação.

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