Pagamento instantâneo no Brasil será desenvolvido e administrado pelo Bacen

O regulador optou por um sistema diferente do sistema chinês

Pagamento instantâneo no Brasil será desenvolvido e administrado pelo Bacen Pagamento instantâneo no Brasil será desenvolvido e administrado pelo Bacen

Nesta quarta-feira, dia 28, o Banco Central (Bacen) anunciou que o sistema de pagamentos instantâneos terá a base de dados desenvolvida e administrada pelo próprio órgão.

De acordo com o comunicado, a medida foi tomada visando “maximizar ganhos de escala e efeitos de rede típicos da indústria de pagamentos, e tendo em conta sua criticidade para o bom funcionamento do ecossistema de pagamentos, a base de dados de endereçamento centralizada será desenvolvida e gerida pelo Bacen”.

A centralização da chamada base de dados de endereçamento vai permitir a realização de pagamentos de maneira intuitiva e simplificada, usando informações como número de telefone ou conta de e-mail, de forma segura.

Bancos e fintechs vinham aguardando a definição pelo Bacen do modelo a ser adotado para o funcionamento do pagamento instantâneo no país. A medida deve ter grande influência sobre os modelos de negócios de várias instituições.

Com um modelo centralizado, o regulador opta por um sistema diferente do sistema chinês, concentrado nas plataformas Wechat e Alipay, que não conversam entre si. No Brasil, o sistema será interoperável com as transações sendo liquidadas numa plataforma central, como a CIP.

Em julho, o regulador bancário divulgou que pretende implementar o sistema, que permite realizar transferências de valores de forma automática, 24 horas por dia, sete dias por semana em 2020. A implementação deve impactar receitas do setor de pagamentos eletrônicos.

Diante deste cenário, as instituições financeiras vêm lançando produtos e soluções de pagamentos automáticos, de forma gratuita, mas em circuito fechado.

Segundo executivos do setor, a principal função do pagamento instantâneo deve ser a de substituir transações atualmente pagas com dinheiro em espécie ou boletos. Já transações de valores elevados, ou em parcelas, tenderiam a seguir sendo feitas por canais tradicionais, como TED ou mesmo com cartões de crédito.

Fonte: Reuters. Foto: Divulgação.