Após ser processada pelo The New York Times, OpenAI foi à justiça tentar desqualificar argumentos do jornal americano e contra-atacou acusando a empresa de “hackear” sua interface de inteligência artificial (IA), o ChatGPT. Na segunda-feira, dia 26 de fevereiro, a bigtech apresentou um recurso à Justiça de Nova York solicitando a exclusão de certos elementos e acusações de denúncia feita pelo Times.
Na petição, apresentada no Tribunal Distrital dos EUA, os réus ressaltaram que o ChatGPT “não substitui de forma alguma uma assinatura do The New York Times”. “No mundo real, as pessoas não usam o ChatGPT ou qualquer outro produto da OpenAI para esse fim”, disse o documento.
O The New York Times entrou com a ação judicial contra a OpenAI e a Microsoft em dezembro de 2023, acusando ambas companhias de violação de direitos autorais ao usar seus artigos para treinar tecnologias de IA, a empresa incluiu exemplos do sistema reproduzindo trechos dos textos de autoria do Times quase na íntegra.
Na mesma época, o jornal proibiu o uso de seu conteúdo por plataformas de IA sem autorização. Em defesa, as empresas de IA alegam que podem usar legalmente esse material para treinar seus sistemas sem pagar por ele, pois ele é público e elas não estão reproduzindo o material em sua totalidade.
Os advogados da OpenAI acusaram o Times de pagar alguém para hackear seu chatbot. “Foram necessárias dezenas de milhares de tentativas para gerar os resultados altamente anômalos. Eles só conseguiram fazer isso visando e explorando um bug usando prompts enganosos que violam flagrantemente os termos de uso da OpenAI”, alegou o jurídico da companhia.
Em resposta, o principal advogado do jornal, Ian B. Crosby, disse “o que a OpenAI bizarramente descaracteriza como ‘hacking’ é simplesmente usar os produtos da própria empresa para procurar evidências de que eles roubaram e reproduziram os trabalhos protegidos por direitos autorais do Times”.
Fonte: O Globo/The New York Times. Foto: Divulgação.